01/02/2019

Não se engane com a aparência da nova Himalayan ela não é o que parece

Por DuMano - TMoto Magazine -

Se livre de quaisquer preconceitos que tenha em relação a uma moto importada on-off Road de origem indiana. O inédito modelo da Royal Enfield no Brasil oferece mais do quê seu exterior revela. Confira!

Arun Gopal, Diretor de Negócios Internacionais da Royal Enfield e Claudio Giusti,
Diretor Geral da Royal Enfield no Brasil

Texto: Marcel Mano

Fotos: Divulgação Royal Enfield e Marcel Mano

A Himalayan nasceu do desenvolvimento de cinco anos e testes em vários terrenos off-road e perímetro urbano, além dos campos de prova como no aeródromo britânico de Bruntingthorpe – com vários tipos de circuitos, e na pista de corrida de Sriperumbudur, em Chenral, na Índia, a partir do zero a Royal Enfield Himalayan. Lançada em 2016, passa agora a ser comercializada no Brasil, por R$ 18.990,00, sem frete incluso, nas cores Granite ou Snow.

Seu motor monocilíndrico de 411 cc (LS410), comando por corrente, duas válvulas, arrefecido a ar e assistido por radiador de óleo – sistema com capacidade total de 1.800 ml do óleo semissintético SAE 15W 50, injeção eletrônica que desenvolve potência máxima de 24.5 BHP (24.16 CV) @ 6500 RPM e torque de 32 Nm @ 4000-4500 RPM leva uma injeção eletrônica Keihin (japonesa), e um preciso e bem escalonado câmbio de cinco velocidades com embreagem deslizante.

Protetor de cárter é item de série e além de defender o cárter abriga o canister .

O propulsor basicamente nasceu Euro 4, o catalisador e escape conta com sensor de oxigênio, o canister do sistema EVAP – evita que os vapores de gasolina escape do tanque de combustível para a atmosfera,  fica situado entre o cárter e protetor de cárter, as EFI ECU e sensor de inclinação ficam sob o assento e a ECU sob o tanque de combustível.

Acesso do ajuste da pré-carga é realizado pela parte de baixo da balança.

 O chassi é um berço duplo desmontável.  Suspensão dianteira convencional com barras de 41 mm de diâmetro e 200 mm de curso, enquanto a traseira leva um monoamortecedor com link e sete níveis de ajuste da pré-carga da mola, com 180 mm de curso.

Os freios, a disco em ambas as rodas, assistido por ABS (Bosch) de duas vias com os flexíveis do tipo Aeroquip e utilização do fluído do Tipo DOT 3 ou 4. Na dianteira o disco de 300 mm de diâmetro tem pinça de dois pistões Bybre – Brembo na Índia, que trabalha montado em roda raiada, aro de aço, de 21 polegadas e pneu Pirelli 90/90-21.

Disco de 240 mm de diâmetro, pinça de único pistão, na traseira e roda raiada de 17 polegadas montada com pneu Pirelli MT-60 120/90-17.

132 km em estrada de terra, estrada vicinais, rodovia e trilha

Ao guidão, a ergonomia é um ponto forte. Ao rodar, o conjunto de direção, chama a atenção. Firme, preciso e macio, pareceu do tipo assistido, transmite enorme sensação de segurança.

Na terra atenção especial ao limite da pressão nos freios a disco com sistema ABS. Precaução com o traseiro que apresenta maior sensibilidade nesse tipo de piso.

Vale lembrar que para todo o roteiro a suspensão traseira estava regulada na mais dura e a pressão dos pneus estavam levemente baixa, em relação a recomendada no uso urbano.

A Himalayan parece ter encontrado seu segundo ambiente, a mão nas mudanças de direção, frenagens e derrapagens.

O assento de dois níveis a 800 mm de altura do solo é confortável e a condução na posição em pé, tudo fica ao alcance, braços relaxados no guidão com acesso aos comandos, joelhos no tanque e pernas esticadas e levemente flexionadas.


Observo na Himalayan a frente, que mesmo no chão de terra, o para lamas, a placa e seu suporte não apresentavam as típicas vibrações, responsáveis pela quebra de placas e suportes, depois de um tempo.

Dez quilômetros depois um trecho bastante sinuoso da estrada dos Romeiros, novamente surpresa com o conjunto de direção. Trecho travado com máxima de 50 km/h, a terceira marcha é suficiente. Ausência de vibrações.

Na condução em cruzeiro, realizando jogo de corpo, projetado para fora do assento nas curvas, zigue-zague e o comportamento permaneceu neutro, um modelo para iniciantes e novatos. Se somarmos tais características a baixa altura do assento ao solo, por que não para o público feminino?

Sua ciclística é resultado da somatória de todo o conjunto, inclusive do motor que até então não apresentava vibrações típicas de monocilíndricos desse volume. O Baixo centro de gravidade também contribui em grande parte para a condução prazerosa no on-on-off road.

Na Rodovia, quinta marcha, 5.750 RPM, velocidade de cruzeiro no painel de 120 km/h – peso 75 quilos, mais cerca de uns 185 quilos da Himalayan com os fluidos, freios e suspensões, pouco mais de ¾ de gasolina no tanque com capacidade para 15 litros.

Vibração muito pouco perceptível, a Himalayan não chimou, não sinalizou oscilações e seu para brisa corta bem o vento, com conforto e segurança. O motor atende ao propósito da sua entrega, retomadas graças ao alto torque, potência utilizável a baixas rotações, e suavidade em quarta e quinta marchas. A adequação à gasolina brasileira é imperceptível, sem engasgos, desacelerações, retomadas e outras condições. O som do escapamento agrada.

Nas fotos o punho esquerdo com a alavanca de acionamento do “afogador”, para países com frio extremo.

Não conformado com a quase nula vibração do conjunto, por um breve instante desci uma marcha, agora em quarta, 120 km/h, 6.000 RPM, chegou a vibração que não se alterou muito aos cerca de 130 km/h a 7.000 RPM, quando o sistema de corte, entra em ação – lembre quarta marcha. Em quinta marcha a rotação de corte parece muito mais distante, porém as condições de testes não eram ideais para colocar essa teoria em pratica.

A Himalayan foi apresentada a imprensa e influencers no Brasil, dia 24, em São Paulo.

Os freios ABS na terra, reproduz asfalto, com o traseiro mais sensível. Numa marginal num longo trecho de reta alicatei os freios, simulando uma situação de emergência, uma única vez, as velocidades de 40, 60 e 80 km/h. O comportamento foi o esperado em veículos equipados com sistema ABS: curta distância percorrida sem arrasto ou mudanças de direção. A atenção aos componentes e projeto do conjunto do sistema de freios justifica.

Quando acionado o dianteiro, até o limite, o ABS se comporta sem travar de qualquer forma a roda, a suspensão não afunda em demasia, e a transferência de peso não são suficientes para alavancar. Enquanto na  traseira, quando acionado da mesma forma, o ABS entra em uso daquela forma de trava libera, trava libera. Esse tipo de atuação é que requer um pouco mais de costume na condução em pisos mais lisos, inclusive na terra.

Comprei terreno – jargão off-road para tombos

Em uma curva na qual o piloto a minha frente estava parado no meio da trilha, tirei para o lado da mata. O sensor de inclinação entrou em ação cortando a alimentação e ignição. A moldura/suporte protegeu o tanque e a lateral de qualquer contato com o solo, somente o pezinho do pisca que quebrou – todo o conjunto lâmpada LED, lente e pezinho são vendidos por R$ 65,00 pela Marca.

A trilha seguiu por longos percursos em subida com cerca de 60 graus de inclinação e piso de relva, terra seca e lama. A altura, ângulos, geometria, suspensões, rodas raiadas da Himalayan favorecem superar cavas e valas com certo conforto e segurança. Os pneus Pirelli MT-60 se apresentaram neutros, respondendo melhor que o esperado nesse tipo de piso.

Na descida, mesmo com grande inclinação, o freio motor em primeira marcha, e jogo de corpo,  foram suficientes, além de eventuais aceleradas para embalar ou superar cavas, valetas e obstáculos.

Em uma única ocasião a pedaleira bateu em um toco. A temperatura do motor se elevou muito pouca coisa em relação a condução anterior, não chegando a incomodar ou mostrar mudanças no funcionamento.

No QG do Himalayan Ride, 132 km rodados, calculei o consumo médio em cerca de 35,2 km/l, melhor que as médias de 22 a 33 km/l relatadas. Pena não ter tido a oportunidade em conduzi-la em trânsito típico dos grandes centros urbanos.


A Himalayan atende a proposta aventureira, ainda mais para quem curte um estilo retro ou mesmo uma on-off Road da velha escola europeia, diferente da profusão de japonesas.

A Himalayan representa metade das vendas dos modelos Royal Enfield nos Estados Unidos, Europa e Austrália.


Claudio Giusti, Diretor Geral da Royal Enfield no Brasil posiciona a Himalayan como o modelo perfeito para o turismo de aventura de longas distâncias. “É adequada para percursos longos em terrenos difíceis, mas ao mesmo tempo é adaptada para o uso em grandes cidades”, explicou.

 Himalayan veio para diversificar o turismo
?de aventura no Brasil 

Preços dos modelos concorrentes:

– R$ 5.000,00 é o que a separa da Honda XRE 190, – R$ 7,5 mil da Yamaha Crosser 150Z. +2,5 mil comparado com as ainda existentes unidades da Yamaha Ténéré 250 2019 ou + 2,0 mil na Yamaha Lander 250 ABS 2019 e + 8 mil por uma Honda CB 500X. Ainda – 300 Reais em relação a Honda XRE 300 Rally. + 3 mil para a Kawasaki Versys 300-X e + 5,5 mil na BMW G 310 GS.

No segmento de turismo de aventura – 250 a 500 cc, a Himalayan agrega itens de série normalmente opcionais em outras marcas, como proteções e suportes prontos para malas e tanques adicionais. Além de capas em borracha (amortizador) nas pedaleiras, protetor do cárter, freios ABS com pinças Bybre – Marca da Brembo na índia desde 2009 (equipa inclusive a KTM Duke 390 e BMW G310 GS), para-brisa regulável em duas alturas, freios a disco e sistema ABS em ambas as rodas com flexíveis tipo Aeroquip e cavalete central.

Ainda, Lampejador de farol, contrapesos no guidão, tampa tipo aeronáutica com tampa protetora do miolo da tampa do tanque de combustível com capacidade de 15 litros, suspensão traseira regulável na traseira, lâmpadas LED – exceção farol, aviso de apoio lateral baixado, indicador de marchas, serviço, computador completo e bussola.


– Para o transporte diário, aventuras e viagens.
– Sistema ABS nas duas rodas a disco com pinças Bybre/Brembo e flexíveis do tipo Aeroquip – recoberto por malha de aço.
– Peças de manutenção e reposição a preços razoáveis com itens de grande rotatividade em nosso mercado.


Quando Arun Gopal, Diretor de Negócios Internacionais da Royal Enfield disse que: “a Himalayan é uma motocicleta simples e capaz de ir a qualquer lugar”. 

Creio que ele também se referia a simplicidade e soluções de itens para manutenção ou reparos:  como uma bomba de elétrica de combustível não blindada no interior do tanque de combustível, com fácil acesso externo.

Iluminação da lanterna, luz de freio, placa e piscas em LED a exceção da lâmpada incandescente do farol, pelo fato da enorme disponibilidade desse tipo de lâmpada em todo o Mundo em contrapartida a lâmpada LED. Um exemplo, no comercio a lâmpada incandescente  h4 60/55w Philips, custa R$ 13,90.

A mesma preocupação indicada na opção por um filtro de ar de elemento seco, em contrapartida a um filtro de espuma, pois nem sempre se poderá ter a mão recursos para sua limpeza.

Não gostei! – Modelo para o Brasil não oferece sistema de segurança que equipa Himalayan nos Estados Unidos, luz de freio pisca com intensidade diferente conforme a força da frenagem para avisar veículos atrás.

A disponibilidade de ofertas de itens de manutenção e reposição são encontrados a preços competitivos em nosso mercado.

– Litro óleo semissintético SAE 15W 50 R$ 18,20

– Bateria 12V – 8 AH MF battery R$ 200,00

– Pneu similar 90-90-21 54S TT Dianteiro Falcon / Tornado / NX400 R$ 119,99

– Pneu similar 120-90-17 64S TT Traseiro Falcon 400 / NX 400 R$ 169,99

– conjunto lâmpada LED, lente e pezinho original RE por R$ 65,00

-Fluído freio DOT 4 R$ 9,70

Abaixo, acessórios originais Royal Enfield para a linha Himalayan, ainda sem data e preços definidos.

Em fase final de homologação, inicialmente serão acessórios baús laterais, bolsas, guidão, assentos “confort” e proteção para a barra do guidão.

O kit de ferramentas que vêm na Himalayan é o essencial, faltou chave para a regulagem do amortecedor traseiro.

– 1 unidade Chave Allen 4mm;
– 1 unidade Chave Allen 6mm;
– 1 unidade Chave de vela;
– 1 unidade Chave com ponta fenda e na outra extremidade philips;
– 1 unidade tubo extensor para as chaves;
– 1 unidade de Chave Combinada aberta 17 mm e 13 mm;
– 1 unidade de Chave Combinada Fechada 24 mm e aberta 14 mm;
– 2 unidades de Chave Combinada aberta 10 mm e 12 mm;
– 1 Estojo de ferramentas.

Arun Gopal, Diretor de Negócios da Royal Enfield aproveitou a ocasião para anunciar maior crescimento em 2019, que nos últimos 20 meses, com a inauguração de 10 novas Concessionárias Royal Enfield, distribuídos pelas regiões Sul, Sudeste e centro-Oeste, nas cidades de Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Curitiba, Brasília e mais uma em São Paulo.

Acredito que os negócios irão crescer rapidamente, quando; as concessionárias estiverem instaladas ao menos nos grandes centros consumidores e seguido da apresentação dos modelos bicilíndricos da Royal Enfield, Continental GT e Interceptor, em novembro, durante o Salão Duas Rodas e suas comercialização em 2020.

A segunda concessionária paulistana é especulada para o mês de Maio e outra em Ribeirão Preto ou Campinas – senão ambas, assim como a loja carioca para o final do ano, por enquanto rumores. Além das novas concessionárias, a chegada de novos modelos bicilíndricos de 650 cc da Royal Enfield.

Royal Enfield Himalayan, disponível nas cores Branca (Snow) ou Preta (Granite), por R$ 18.990,00, sem frete incluso. 24 meses de garantia da Marca, revisões a cada 5.000 km e trocas de óleo, filtro de óleo e elemento do filtro de ar a cada 10 mil km.

Vídeo da Himalayan no Brasil pela piloto Moara Sacilotti e cliente Royal Enfield convidado.

Vídeo da Himalayan nos Himalayans, na Índia.

Vídeo do Ride Himalayan, o qual participei a convite da Royal Enfield.

ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS

MOTOR

Tipo: Monocilindro, Resfriado a ar, 4 Tempos, SOHC

Cilindrada: 411cc

Diâmetro x Curso: 78mm x 86mm

Índice de Compressão: 9.5:1

Potência Máxima: 24.5 BHP(24.16 CV) @ 6500 RPM

Torque Máximo: 32 Nm @ 4000-4500 RPM

Sistema de Ignição: Ignição Eletrônica Digital

Embreagem: Multidiscos banhados a óleo

Câmbio: 5 marchas

Lubrificação: Cárter úmido

Sistema de Combustível: Injeção eletrônica de combustível

Partida: Elétrico

CHASSI

Tipo: Berço duplo desmontável

Suspensão Dianteira: Telescópica, 41 mm de diâmetro, 200 mm de curso

Suspensão Traseira: Monoamortecida com link, 180 mm de curso

Distância entre eixos: 1465 mm

Distância do solo: 220 mm

Comprimento: 2190 mm

Largura: 840 mm

Altura do Assento: 800 mm

Altura total: 1360 mm (com o para-brisa)

Capacidade do Tanque: 15+/-0.5 lts

Peso: 185 Kg

FREIOS E PNEUS

Pneu Dianteiro: 90/90-21″

Pneu Traseiro: 120/90-17″

Freios Frontais: Disco Brembo de 300mm de diâmetro

Freios Traseiros: Disco único de 240mm de diâmetro

ABS: ABS de duplo canal

Onde encontrar:

ROYAL ENFIELD SÃO PAULO

Avenida República do Líbano, 2099 Moema CEP:04502-100 São Paulo – SP Brasil

Landline: (+55) 11 5051 7700

PARA CONTEÚDO DESSE TIPO, ENTRE EM CONTATO.